sábado, 18 de março de 2017

FIM AOS SUPERSALÁRIOS NAS ESTATAIS DO DISTRITO FEDERAL

Supersalários na Caesb reduzem investimentos necessários ao enfrentamento da crise hídrica



Aflita pelo início do inédito racionamento de água no Distrito Federal (DF) desde janeiro/2017, frente à redução drástica no volume de água nos principais reservatórios da região, a população do DF foi surpreendida pela divulgação ao público dos supersalários pagos a alguns servidores de empresas estatais do Distrito Federal, inclusive na empresa responsável pelo abastecimento de água na capital federal, a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb).  Frente à total incongruência no pagamento desses supersalários, o Governador do DF, Rodrigo Rollemberg, propôs o encaminhamento de um Projeto do Lei à Câmara Legislativa do DF  para eliminar esses salários exorbitantes,  por meio de alteração no art. 19 da Lei Orgânica do DF, que hoje limita o salário pago a qualquer ocupante de emprego público nos 3 Poderes do DF ao subsídio recebido por Desembargador do Tribunal de Justiça do DF,  de R$ 30.471,10. Até agora, argumentava-se que a Caesb, por ser uma sociedade de economia mista, não estaria sujeita a esse teto.
Os supersalários da administração indireta do GDF vieram à tona em janeiro/2017 quando a Controladoria-Geral do DF cobrou das empresas estatais a publicação dos vencimentos de seus empregados, quando então ficou evidente o pagamento de salários totalmente injustificáveis, como os de vários analistas de sistemas de saneamento, de R$ 55 mil a R$ 70 mil, de analista de suporte, de R$ 41 mil, e de agente de operação, de R$ 36 mil, além de salários ainda maiores a estes ao pessoal da área jurídica, enfim, salários muito superiores aos pagos por empresas privadas equivalentes do mesmo setor, e até superior ao do Governador do GDF, de R$ 29.450 mil e até do Ministro do STF, sendo este o teto constitucional ao salário do servidor público federal, de R$ 33.763,00. 
Além do prejuízo causado ao fluxo de caixa da Caesb, mantida essencialmente por tarifas cobradas dos consumidores de serviços de saneamento básico do DF, parte dos recursos pagos aos supersalários, certamente, deixou de compor os recursos que deveriam ter sido investidos na ampliação e na melhoria dos sistemas de captação e tratamento da água para o fornecimento aos consumidores, no sentido de evitar ou ao menos amenizar a inédita crise hídrica que está afetando a capital do País e arredores.   Caso essa sangria não seja estancada ou minimizada, faltarão recursos aos novos investimentos essenciais da empresa.  
Soji Soja