sábado, 27 de agosto de 2016

FUGA DE CÉREBROS AO EXTERIOR Perda na capacidade de inovação do País



O artigo de Bernardo Esteves, na revista Piauí, de 02.05.2016, relata sobre as razões que levaram a pesquisadora Suzana Herculano-Houzel do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ a deixar o País para assumir o posto de professora dos departamentos de Psicologia e Ciências Biológicas da Universidade de Vanderbilt, no estado de Tennessee, nos EUA.
Suzana Houzel é uma destacada neurocientista brasileira, com graduação em biologia, mestrado, doutorado e pós-doutorado em neurociência. Sua principal área de pesquisa é a neuroanatomia comparada, tendo se destacado com descobertas, entre outras, que abrangem um método de contagem de neurônios em cérebros humanos e de outros animais e a relação entre a área e a espessura do cortex cerebral e o número de dobras em sua superfície.
Razões que levaram a neurocientista trocar o Brasil pelo exterior
Essencialmente, o que motivou a decisão de deixar o País é a frustração com as condições precárias para a prática da ciência no Brasil e a buscar um novo ambiente acadêmico com mais recursos e condições de trabalho bastante superiores relativamente às atividades de ensino e pesquisa.   Entre as dificuldades defrontadas para a condução das pesquisas, podem ser destacadas:
(i)                 A burocracia para a importação de reagentes e outros materiais e equipamentos necessários;
(ii)               A deterioração de financiamento da ciência no âmbito federal, e também no estado do Rio de Janeiro, inclusive com a falta de cumprimento dos financiamentos já prometidos;
(iii)             Engessamento da carreira acadêmica, com a falta de estímulos aos pesquisadores contratados como funcionários públicos em universidades públicas;
(iv)             A não adoção da meritocracia como critério para a remuneração e o reconhecimento público para aquele que se destaca na atividade de pesquisa. Ou seja, na atual estrutura, o salário daquele que se dedica é o mesmo dos outros colegas que fazem o mínimo necessário para não chamar a atenção.
O depoimento feito pela Suzana Herculano-Houzel desenha um quadro muito pessimista do ambiente de pesquisa no Brasil, o que pode despertar reações acaloradas por parte de alguns de seus colegas, mas esse debate é bastante desejável, no sentido de que venha a contribuir para a mudança e melhoria nos pilares básicos sobre os quais se assenta o sistema brasileiro de ciência, tecnologia e inovação.
Se esses pilares não forem mudados e aperfeiçoados, o processo de fuga de cérebros continuará e até se intensificará, com sério prejuízo à capacidade de inovação tecnológica do País.  

Soji Soja



sábado, 20 de agosto de 2016

O EXEMPLO DE VIDA DE SAM BERNS Portador de rara doença chamada Progeria, ele morreu de velhice aos 17 anos




Sam Berns, um jovem norte-americano, morreu em 10 de janeiro de 2014, aos 17 anos de idade, de velhice. Não se espante com a idade, pois Sam Berns sofria de uma doença rara chamada Progeria ou síndrome de Hutchinson-Gilford, que acelera dramaticamente o processo de envelhecimento.  Sam Berns foi diagnosticado como portador dessa traumática doença aos 22 meses de idade. Apesar da expectativa média de vida de portador dessa doença ser de 13 anos, ele sobreviveu até os 17 anos, em grande parte por ter sido motivado pelo espírito de superação e por ter contado com o apoio maciço de seus pais e amigos.  
Nas suas mensagens, tentava sempre ser positivo, dizendo que era feliz, agradecendo à família e aos amigos, relatando sobre as experiências fantásticas que conseguia realizar apesar das adversidades da doença.  Com isso, Sam Berns inspirou milhares de pessoas a redor do mundo com as suas palestras motivacionais, baseada na sua filosofia, como “alcançar uma vida feliz”.  Seus pais, Leslie Gordon e Scott Berns, ao invés de deixar-se abater por essa fatalidade, ao contrário, em 1999, criaram a Progeria Research Foundation com o objetivo de descobrir as causas, os meios para o seu tratamento e a possível cura para essa rara doença.
Em 2013, o canal HBO produziu o documentário “Life According to Sam” como meio de inspiração e motivação para muita gente em escala mundial.  Em outubro de 2013, 3 meses antes da sua morte precoce, Sam Berns foi convidado a palestrar no prestigiado ciclo de conferências TED (Technology, Entertainment, Design), para compartilhar a sua experiência e sua filosofia vida, a qual, em síntese, se baseava nos seguintes princípios:
1)      Não se incomode com o que você não seja capaz de fazer, porque há muita coisa que você pode fazer. Assim, ele tocava tambor em uma banda, mas com um instrumento muito mais leve e adaptado ao seu físico;
2)      Cerque-se de pessoas com quem realmente você gosta de conviver;

3)      Esteja sempre olhando e movendo para frente. Por exemplo, quando jovem Sam desejava ser engenheiro, mas em função da sua doença, ele mudou o foco de seu interesse para biologia, química e conhecimentos afins.   
Soji Soja