Isso seria decorrente do aquecimento global
A população de
pinguins-imperadores na Antártica caiu 22% entre 2009 e 2023, uma redução muito
mais rápida do que o previsto por modelos computacionais anteriores. O dado
alarmante é fruto de levantamento com imagens de satélite analisadas por
cientistas do British Antarctic Survey e publicado em 10.06.2025 na revista
Nature Communications: Earth & Environment, realizado em 16 colônias de
pinguins no Mar de Weddel e no Mar de Belinghausen em região que
concentra cerca de um terço dos indivíduos da espécie.
O número representa uma queda de
1,6% ao ano e sugere que os pinguins-imperadores podem estar desaparecendo em
um ritmo “50% pior” do que os piores cenários já projetados, segundo o
pesquisador Peter Fretwell, que liderou o estudo, e a principal causa seria a
perda do gelo marinho em que esses animais se reproduzem.
As causas estão associadas ao
aquecimento global
O principal responsável
provavelmente é a mudança climática que está afinando e desestabilizando o gelo
na área de reprodução dos pinguins. Nos últimos anos, algumas colônias perderam
seus filhotes por afogamento ou congelamento, quando o gelo cedeu sob seus pés
antes que os filhotes estivessem prontos para enfrentar o oceano gelado com as
penas impermeáveis desenvolvidas.
Segundo Fretwell, os
pinguins-imperadores são provavelmente o exemplo mais claro do impacto real das
mudanças climáticas. Não há pesca, nem destruição de seu habitat, nem poluição
que esteja causando o declínio de suas populações. É simplesmente a temperatura
do gelo sobre o qual eles se reproduzem e vivem, o que é decorrente da mudança
climática.
Além disso o aquecimento provoca
outros desafios aos pinguins como chuvas mais intensas ou o aumento das
incursões de predadores coma as focas e orcas.
Um filhote de pinguim-imperador
sai de um ovo mantido aquecido no inverno pelo macho, enquanto a fêmea
empreende uma expedição de pesca de cerca de 2 meses, após a qual retorna à
colônia para alimentar o filhote por regurgitação. Para sobreviver sozinhos, os
filhotes devem desenvolver penas impermeáveis durante o verão austral.
Segundo um estudo de 2020, os
pinguins-imperadores somam cerca de 250 mil casais reprodutivos todos vivendo
na Antárctica. Modelos climáticos já projetavam um risco elevado de extinção
até o final do século, caso as emissões globais de gases de efeito estufa não
sejam drasticamente reduzidas. Segundo os autores, o cenário é grave mas não
irreversível. Caso as emissões sejam controladas, ainda é possível garantir a
sobrevivência dos pinguins-imperadores nas próximas décadas.
Shoji