sábado, 5 de julho de 2025

POPULAÇÃO DE PINGUINS-IMPERADORES DECLINANDO NA ANTÁRCTICA

 Isso seria decorrente do aquecimento global

A população de pinguins-imperadores na Antártica caiu 22% entre 2009 e 2023, uma redução muito mais rápida do que o previsto por modelos computacionais anteriores. O dado alarmante é fruto de levantamento com imagens de satélite analisadas por cientistas do British Antarctic Survey e publicado em 10.06.2025 na revista Nature Communications: Earth & Environment, realizado em 16 colônias de pinguins no Mar de Weddel e no Mar de Belinghausen em  região que  concentra cerca de um terço dos indivíduos da espécie.

O número representa uma queda de 1,6% ao ano e sugere que os pinguins-imperadores podem estar desaparecendo em um ritmo “50% pior” do que os piores cenários já projetados, segundo o pesquisador Peter Fretwell, que liderou o estudo, e a principal causa seria a perda do gelo marinho em que esses animais se reproduzem.

 

Ref.: RISCO DE EXTINÇÃO: filhotes de pinguins-imperadores morrem afogados e congelados na Antártida Jornalismo TV Cultura jul 2024

As causas estão associadas ao aquecimento global

O principal responsável provavelmente é a mudança climática que está afinando e desestabilizando o gelo na área de reprodução dos pinguins. Nos últimos anos, algumas colônias perderam seus filhotes por afogamento ou congelamento, quando o gelo cedeu sob seus pés antes que os filhotes estivessem prontos para enfrentar o oceano gelado com as penas impermeáveis desenvolvidas.

Segundo Fretwell, os pinguins-imperadores são provavelmente o exemplo mais claro do impacto real das mudanças climáticas. Não há pesca, nem destruição de seu habitat, nem poluição que esteja causando o declínio de suas populações. É simplesmente a temperatura do gelo sobre o qual eles se reproduzem e vivem, o que é decorrente da mudança climática.

Além disso o aquecimento provoca outros desafios aos pinguins como chuvas mais intensas ou o aumento das incursões de predadores coma as focas e orcas.

Um filhote de pinguim-imperador sai de um ovo mantido aquecido no inverno pelo macho, enquanto a fêmea empreende uma expedição de pesca de cerca de 2 meses, após a qual retorna à colônia para alimentar o filhote por regurgitação. Para sobreviver sozinhos, os filhotes devem desenvolver penas impermeáveis durante o verão austral.

 O futuro incerto

Segundo um estudo de 2020, os pinguins-imperadores somam cerca de 250 mil casais reprodutivos todos vivendo na Antárctica. Modelos climáticos já projetavam um risco elevado de extinção até o final do século, caso as emissões globais de gases de efeito estufa não sejam drasticamente reduzidas. Segundo os autores, o cenário é grave mas não irreversível. Caso as emissões sejam controladas, ainda é possível garantir a sobrevivência dos pinguins-imperadores nas próximas décadas.

Shoji