sábado, 13 de outubro de 2018

O HISTÓRICO MAR MORTO ESTÁ SUMINDO!


Os governos israelense, jordaniano e palestino cooperam para salvar esse valioso patrimônio histórico da Humanidade   




O Mar Morto, apesar do nome mar, é um lago interior, com área aproximada de 650 km2 em 2014, com comprimento máximo de 50km e largura máxima de 18 km, tendo como principal afluente o Rio Jordão, e separa os territórios de Cisjordânia e Israel de um lado e Jordânia do outro.  Em 1930, a superfície do Mar Morto era de 1.050 km2, na época com comprimento e largura máximos, de 80 km e 18 km, respectivamente.
Caracteriza-se também pelo fato de estar situado na mais baixa depressão do planeta, ou seja, abaixo de 420 metros do nível do mar.
O nome Morto está associado ao elevadíssimo nível de salinidade, que torna praticamente inviável a sobrevivência de qualquer forma de vida em suas águas, à exceção de alguns tipos de bactérias e algas, decorrente da enorme quantidade de vários tipos de sais, o que faz com que o seu grau de salinidade seja 10 vezes maior em comparação a dos oceanos abertos. Assim, qualquer peixe que venha pelo rio Jordão morre imediatamente ao desaguar nesse lago salgado.

Perda de superfície do Mar Morto
O Mar Morto perdeu 35% da sua área entre 1954 e 2014 em função de fatores como (i) aumento na captação das águas de seu afluente, o rio Jordão, por Israel e Jordânia, para fins de consumo humano, como para irrigação; (ii) natural evaporação das suas águas; e (iii) extração descontrolada de minerais como o potássio para a produção de fertilizantes. Com isso, o nível da água do Mar Morto tem abaixado cerca de 1 metro por ano.

Alerta pelo desparecimento do Mar de Aral
Nesse sentido, deve-se levar em conta também lições deixadas por desastres ambientais, decorrentes de ações humanas insensatas, como o praticamente desaparecimento do Mar de Aral, na Ásia, que hoje está reduzido a menos de 10% do que existia na década de 1960. 

Cooperação entre autoridades israelenses, jordanianas e palestinas para a salvação do Morto
Considerando-se a grande importância do Mar Morto não só pelo seu valor histórico, principalmente para as grandes religiões monoteístas mundiais, como também pelo seu grande potencial econômico e turístico, tem-se pensado em diversas possíveis soluções que venha a impedir o seu total desaparecimento.  Entre esses projetos, destaca-se o acordo para a construção de aqueduto para deslocar água do Mar Vermelho para o Mar Morto, assinado entre Israel, Jordânia e Autoridade Palestina, em fevereiro de 2015. 
O projeto envolve a coleta de 300 milhões de metros cúbicos de água por ano do Golfo de Aqaba, sendo a maior parte destinada ao Mar Morto, e a outra será objeto de dessalinização para fins de consumo humano pelas populações israelense, jordaniana e palestina. Este projeto será o mais importante desde a assinatura do tratado de paz entre Israel e Jordânia em 1994.
Deve-se atentar, entretanto, quanto ao risco dessa transferência afetar o ecossistema do Mar Morto pelo fato da composição deste ser totalmente diferente de um mar aberto como o Mar Vermelho. 
O objetivo de salvar o Mar Morto não é só importante pelo seu valor intrínseco como também para motivar a cooperação efetiva entre autoridades dos países da região, que historicamente têm se envolvido em conflitos, muitas vezes violentos, em busca do melhor destino para os respectivos povos. Agora, deve-se buscar o interesse comum, o que será bom para cada um dos países, bem como para o alcance de maior grau de paz e tranquilidade nessa região. 
Soji Soja