No ano da Copa o International Board poderia ser mais
flexível às mudanças de regras
Em 2018, o futebol será mais uma vez o grande acontecimento esportivo global com a realização da Copa do Mundo na Rússia. Como espetáculo esportivo, entretanto, deve-se reconhecer que as regras de futebol estão defasadas em comparação aos demais esportes coletivos. Assim, algumas pequenas mudanças poderiam tornar esse velho esporte bretão ainda mais atraente ao grande número de apreciadores em todos os cantos do mundo. Por exemplo, as seguintes 3 mudanças poderiam ajudar o futebol a se tornar mais interessante.
1. Aumentar o número de substituições em jogos oficiais, hoje limitado a 3, para pelo menos 5.
Em todos os demais jogos coletivos, não há limite para substituições, o que permite ao treinador mais opções de alterar a forma de atuar do seu time, dando lhe maiores chances de mudar o rumo do jogo, tornando-o mais dinâmico e atrativo.
Hoje, em caso de ocorrência de contusão física de um titular, após essas 3 substituições, fica bloqueada a possibilidade de troca por outro jogador, apesar do técnico de dispor de um grande número de suplentes no banco, o que é um total contrassenso. Muitos devem lembrar que no 2º jogo do Brasil na Copa de 1962 no Chile, o maior jogador brasileiro, Pelé, contundiu-se, mas não havendo possibilidade de substituição, ele ficou fazendo número no campo, causando constrangimento a todos.
Com o aumento para pelo menos 5 substituições, o treinador teria mais opções para alterar o ritmo e a forma de atuar, além de minimizar a impossibilidade de substituição de um jogador contundido.
Outra grande vantagem, seria a possibilidade do treinador dar mais chance de jogo a jogadores jovens, prática essa muito limitada em função do número restrito de substituições, o que inibe o técnico a adotar essa prática, que é de maior risco ao time.
Um dos argumentos usados contra o aumento das substituições é que isso aumentaria a chance de um time fazer cera, caso isso seja da sua conveniência. Essa prática poderia ser minimizada pelo aumento de tempo de prorrogação, a critério de cada juiz, ou, a solução definitiva seria a adoção do tempo útil ao invés do tempo corrido, como descrito na 3ª sugestão de mudança abaixo.
2. Em caso de expulsão, a possibilidade de substituição pelo suplente após decorridos 15 minutos ou até a marcação de l gol pelo adversário, o que ocorrer primeiro
Essa regra seria semelhante àquela aplicada no futsal e também no hóquei de gelo. Neste último esporte, por qualquer falta, o jogador fica eliminado por 2 minutos ou até a marcação de l gol pelo adversário o que ocorrer primeiro.
A regra atual de expulsão é muito drástica ao time infrator, principalmente se isso ocorrer logo no início do jogo, pelo fato de colocar o time infrator em enorme desvantagem, que praticamente impossibilita o time a enfrentar o adversário em igualdade de condições, simplesmente pelo fator numérico.
Assim, por ser muito severa, o juiz fica inibido a aplicar essa penalidade. Com a mudança proposta, a expulsão poderia ser aplicada de forma mais coerente e até mais frequente para coibir a violência e outras irregularidades mais sérias, tornando o jogo mais fluido e disciplinado.
Pode-se argumentar que, não sendo a expulsão definitiva, isso poderia estimular atos de violência contra jogadores adversários mais destacados, mas isso não ocorrerá pois o jogador expulso continuaria sendo punido com a suspensão automática para o próximo jogo e sujeito a outras penalidades mais severas como a suspensão por período maior do que l jogo.
3. Troca do tempo corrido de 45 minutos por tempo útil de jogo, por exemplo, de 30 minutos.
Similarmente aos demais jogos coletivos em que se adota o tempo útil, isso coibiria a velha prática de fazer cera, de atrasar jogadas ou simular contusões só para ganhar tempo, como é corriqueiro hoje, que torna o jogo cansativo e deprimente.
Também, seria eliminado o arbitramento do tempo de prorrogação após o tempo regulamentar hoje feito pelo juiz, o que muitas vezes é objeto de questionamento pelos jogadores, técnicos, dirigentes e torcedores. Sendo por tempo útil, isso se torna inquestionável.
Caso essa prática seja adotada, o número de substituições poderia ser aumentado além de 5, para até 8 ou 10, tornando o jogo mais dinâmico, como ocorre nos jogos coletivos de grande popularidade como basquete, futsal, hóquei, etc.
Soji Soja