Devemos usar as moedas nas compras do dia a dia
Segundo informe da Federação
Brasileira de Bancos (Febraban), de 29.04.2016, a população brasileira guarda
em bolsos, cofrinhos e gavetas 7,4 bilhões de moedas, o que representa 32% das
moedas emitidas até dezembro/2015, conforme dados do Banco Central do Brasil.
Isto significa que quase um terço (1/3) das moedas emitidas pela Casa da Moeda
do Brasil está retido, sem uso, pela população, em montante estimado de R$ 1,4
bilhão, valor esse que não está sendo usado para compra de algum tipo de
produto ou serviço. O estoque de moedas
em circulação no mercado corresponde a 100 unidades para cada habitante, o que
equivale à média mundial, significando que o estoque de moedas existente no
mercado brasileiro não pode ser considerado baixo. Baixo, sim, é o índice de
uso efetivo das moedas pelo cidadão brasileiro.
Isso
é resultado do fato do uso da moeda não ser hábito generalizado dos brasileiros,
diferentemente do que ocorre em outros países, onde é comum o uso de moedas
como meio de pagamento nas transações do dia a dia. O hábito de não carregar moedas e, portanto,
de não usá-las reflete em alguns efeitos nocivos, tais como:
i.
aumenta a dificuldade para o troco nas compras e vendas
no comércio e nas transações em geral, gerando transtornos aos comerciantes,
constituindo, ao mesmo tempo, fonte de pequenos conflitos com os seus
clientes, que, na ausência de troco,
muitas vezes, tem de se contentar em receber como troco mercadorias, como
balas, etc.;
ii.
aumenta a necessidade de emissão de mais moedas,
gerando custos ao
Banco Central, onerando ao final o orçamento público, que é pago por todos os contribuintes.
Dessa
forma, é importante conscientizar a população em geral sobre a importância de
circular não somente as moedas, mas também as cédulas de pequeno valor, pois,
assim, estaria sendo facilitado o troco no comércio, reduzindo, ao mesmo tempo,
a necessidade de emissão de mais moedas e cédulas de pequeno valor pela
autoridade monetária. E o custo da
emissão de dinheiro não é baixo, por exemplo, a emissão de moeda de R$ 1,00
custa R$ 0,47, ou seja, quase a metade de seu valor de face, enquanto a emissão
de cédula de R$ 2,00 custa R$ 0,27.
Adicionalmente,
deve-se informar ao público que as moedas esquecidas nas gavetas, bolsos e
carteiras, muitas vezes alcançam valores significativos, que podem ser trocados
por cédulas de maior valor no mercado varejista, ou até depositados nos bancos
e direcionados às aplicações financeiras, aumentando, assim, a sua poupança
financeira. Quanto ao hábito de guardar as
moedas nos cofrinhos, deve-se estimular para que os mesmos sejam abertos com
maior frequência para que o montante acumulado também tenha a mesma destinação,
isto é, seja trocado por cédulas de maior valor ou depositado/aplicado nos
bancos.
Moedas e cédulas devem ser carregadas em carteiras e bolsas para
aumentar a durabilidade
Adicionalmente,
devemos lembrar ainda que as moedas e as cédulas devem ser carregadas de forma
apropriada e segura em carteiras, bolsas e moedeiros, e não colocadas em bolsos
ou colocados em papelotes, sem qualquer proteção, pois, assim, seria aumentada
a durabilidade dessas moedas e cédulas. No Brasil, essa durabilidade é
relativamente curta, o que obriga a autoridade monetária a emiti-las com maior
frequência, onerando o orçamento público, que é pago por todos.
Soji Soja